domingo, 25 de abril de 2010

ARARINHA AZUL DO ALTO DA ESTRELA


A combinação de cores do ANGLO é uma particularidade sem igual.

CACAU DO ALTO DA ESTRELA.


Cacau, em sua primeira gestação demonstrando que o ANGLO é mesmo de dupla aptidão.

A PERFEIÇÃO DE NAILE

sábado, 24 de abril de 2010

CURIOSIDADE- ANGLO NUBIANO NO BRASIL.

Anglo Nubiana




Fonte: A Cabra & a Ovelha no Brasil



Origem

A empresa de navegação P&O, no século XIX, carregava cabras para sustento da tripulação e vendia o que sobrava no destino. Logo percebeu que havia compradores para cabras na Inglaterra! Geralmente os navios de P&O levavam cabras embarcadas na Índia, ou na região de Chitral, ou também da Níbia, Egito, Assíria e Síria. Todas tinham certas características comuns: longas orelhas pendentes, pêlo curto e perfil convexo. Obviamente outras empresas de navegação também transportavam cabras que, invariavelmente, chegavam até a Inglaterra.

O tipo preferido pelos compradores era a cabra Nubiana, variedade Zaraibi, do Egito. Durante os anos 1878-1880 cabras famosas eram exibidas em exposições com o nome de Nubiana, embora pudessem ter origem na África, ou na ìndia, ou em qualquer lugar fora da Inglaterra.

No Brasil

Tudo indica que o primeiro rebanho da raça Anglo-Nubiana do Brasil pertenceu ao milionário Carlos Guinle. Ele esteve na Inglaterra comprando animais e adquiriu o campeão da Exposição de Kent, da Raça Ronney Marsh. Aproveitou a viagem e trouxe vários animais, em 1929. Falava-se muito no Anglo-Nubiano, cruzamento de raças alpinas aperfeiçoadas com uma raça misteriosa da Núbia africana.

O milionário trouxe diversos animais como sendo de pura raça Anglo-Nubiana, mas as fotografias deixam claro que ele comprou "gato por lebre". Ele não aceitava a palavra "Anglo-Nubiana", aportuguesada, e exigia que seu rebanho fosse apontado como sendo "Anglo-Nubian" como pretendiam os ingleses. Tamanho esnobismo para um punhado de cabras que não passavam de grosseiras mestiças! As picaretagens sem pre existiram. As fotos estampadas em publicidade de seu rebanho, na revista "O Campo" de Janeiro de 1930.

Segundo Honorato de Freitas (1945, p.40), em 1932 foram introduzidos, na Bahia, reprodutores das raças Nubiana, Murciana e Angorá. Eram animais da Inglaterra e dos Estados Unidos. Foram entregues à Prefeitura de Uauá, não receberam os necessários cuidados e orientação, fracassando.

Os descendentes desses animais espalharam-se por todo o sertão, "derrubando orelhas em todas as direções", produzindo animais com orelhas pendentes. Os brasileiros viviam o período denominado de "império das orelhas" na pecuária bovina em que a imensidão das orelhas era sinal de sucesso. Assim, os criadores se entusiasmaram com a chegada do Anglo-Nubiana orelhudo entre os caprinos.

De 1938 para cá, a Anglo-Nubiana começou a ser introduzida na Bahia por Antônio Rego Gonçalves, de Bonfim, que importou para sua fazenda. Foi seguido pela Secretaria da Agricultura e outros criadores (p.41). Neste mesmo ano sob orientação de Landulfo Alves, foi importada e depositada em Feira de Santana (BA), tendo em vista solidificar um núcleo de criadores. Também em São Paulo, a raça Anglo-Nubiana foi criada pelo Depto. de Produção Animal (p.41), com relativo sucesso.

A raça tem sido extensivamente importada nos últimos anos, principalmente dos Estados Unidos. É muito usada no Nordeste para cruzamento com cabras comuns para comercialização de carne e produção de leite. Já há clara evidencia da influência do Anglo-Nubiano nas cabras leiteiras comuns, as quais, no geral, apresentam orelhas alongadas, sendo agrupadas com a denominação de "Tropicana", embora tenham sofrido enfluência também da Mambrina e até da Bhuj. A raça Tropicana ganha enormes espaços nos Cerrados, Sudeste e Centro-Oeste, devido ao seu grande porte, precocidade de crescimento e presença de linhagens leiteira. Milhões de cabras Tropicanas garantem o futuro da raça Anglo-Nubiana no Brasil.

O recorde baiano e das Fenagros é de 1996, da cabra Anglo-Nubiana Jussara do Paschoal, com produção de 22,20 Kg de leite em seis ordenhas durante três dias, com média de 7,40 Kg/dia.

Situação

O rebanho estimado em mestiçagem é de 3,0 milhão de cabeças. Sem dúvida é o maior rebanho brasileiro em atividade. Calcula-se que existam mais de 70.000 cabeças "puras de origem" (PO), as quais são aptas para receberem um Certificado de Fundação.

Padrão da raça Anglo-Nubiana


Ideal Permissível Desclassificante
1 - Cabeça
Tamanho Bem conformada e proporcional ao corpo - - - Grande
Perfil Convexo Sub-convexo Côncavo, ultra-convexo, reto no macho
Orelhas Implantação alta, médias, longas espalmadas, pendentes, dirigidas para fora e voltadas para a frente nas extremidades ultrapassando a ponta do focinho em até 3 cm.
Mais curtas que o focinho, indo até a comissura labial Eretas, pequenas, ou excessivamente longas
Chifres Chifrudo ou amochado Mocho - - -
Olhos Vivos, grandes e brilhantes - - - - - -
2 - Pescoço
Bem implantado, musculoso, médio com ou sem barbela, nos machos.
Delicado e bem levantado nas fêmeas.
Fino, nos machos - - -
3 - Tronco
Conformação Longo, profundo e bem conformado Estreito e curto - - -
Peito Amplo, musculoso e profundo - - - - - -
Linha Dorso Lombar Retilínea e larga - - - - - -
Tórax Profundo, costelas bem arqueadas - - - - - -
Ventre Amplo, profundo e de boa capacidade - - - - - -
Ancas Bem separadas - - - - - -
Garupa Longa, larga e suavemente inclinada Estreita, curta e acentuadamente inclinada - - -
4 - Membros
Conformação Fortes e bem aprumados - - - - - -
Cascos Fortes e com coloração de acordo com a pelagem Escuros - - -
5 - Órgãos genitais
Testículos Normalmente desenvolvidos, móveis e médios - - - - - -
Bolsa escrotal Normalmente desenvolvida, pele solta e flexível - - - - - -
Vulva Normalmente desenvolvida - - - - - -
6 - Aparelho mamário
Úbere Volumoso, macio e bem inserido - - - - - -
Tetos Simétricos, dirigidos ligeiramente para frente - - - - - -
7 - Pelagem e pele
Pelagem Qualquer pelagem, pêlos curtos e brilhantes Pêlos médios Pêlos longos
Pele Solta, espessura média, predominando a cor escura Parte clara na região sombreada Despigmentação
Mucosa Predominante escura Clara, conforme pelagem - - -
8 - Aptidão
Carne e leite - - - - - -


Altura média: Fêmeas: 70-90 cm. Machos: 90-100 cm.

Peso médio: Fêmeas: 50-65 Kg (podendo passar de 90 kg). Machos: 75-95 Kg (podendo passar de 120 Kg).



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Fonte: Livro A cabra & a Ovelha no Brasil - Rinaldo dos Santos e Revista o Berro Nº 47 - Janeiro e Fevereiro de 2002.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

CRIAR CABRA NÃO É HOBBY

Quem adquire uma fazenda – não importa o tamanho – tem que encarar a atividade como um negócio que precisa ser gerido com profissionalismo e competência.
Partindo dessa visão, não faz sentido alguém se tornar criador simplesmente porque adora bichinhos. De fato, é importante a pessoa gostar dos animais que cria, mas não basta apenas possuir esse sentimento. É indispensável ter vocação de criador e ambição.
Como assim? Explico: um olho no rebanho, o outro na lucratividade. Isto significa que é indispensável sanidade, produtividade e boa comerciali­za­ção. Negócio que não rende é furado e vai para o buraco a qualquer hora. Em princípio, não há atividades boas e atividades ruins. Existem, sim, alguns negócios bem geridos e outros extremamente mal conduzidos.
Quem passa a criar cabras porque acha os animais dóceis e bonitinhos está prestando um desserviço à capri­no­­cultura. Cabra não é cachorro pet que vive em colo de madame. É um animal desprovido de afeto e mal-cheiroso. Mais ainda: não dá para tê-los dentro de casa, se esfregando nas pernas do dono.
Importa ressaltar que um criador profissional lê revistas especializadas e se mantém bem informado de tudo o que acontece em seu segmento. Ademais precisa de um veterinário ou técnico experiente que lhe dê assistência periódica e o atenda nas emergên­cias. É preciso também não embarcar nos mitos. Dizem que cabra come tudo e é de ferro. Isso não é verdade. Pelo contrário, os caprinos são animais que adoecem com freqüência e morrem aos montes, quando criados em climas hostis ou recebendo um manejo inadequado.
De que vale criar animais lindos que não produzem o suficiente para cobrir os custos e até sobrar uma gra­ninha que justifique o investimento e a dedicação do dono? Nenhum criador é bom se seu rebanho não tiver produtividade e der lucros.
Antigamente, as ca­bras pé-duras eram muito prolíficas. Os rebanhos de ca­pri­nos multiplicavam-se com uma rapidez incrível. Em época de parição, os chiqueiros ficavam cheios de cabritos. Dava gosto ver! Anemias, verminoses, clos­tidioses, eimerioses, nada disso existia nas caatingas sertanejas, onde grandes rebanhos eram criados, pastando soltos, só retornando ao chiqueiro à tardinha. Se algum animal morria era por picada de cobra ou devorado por onças famintas e traiçoeiras. Dizem que as doenças de hoje resultaram da introdução de raças exóticas em nosso país. São coisas da modernidade! Quem sabe, chegaram via satélite, captadas pelas milhares de antenas parabólicas que invadiram os sertões...
No passado, os chiqueiros eram construídos com cercas de faxina coladas à casa do criador. As cabras não entravam no quarto, mas, ainda assim, dormiam bem pertinho da cama do dono, separadas por uma simples parede. É que, naquela época, já exis­tiam os espertos que, se aproveitando do lusco-fusco da noite, iam “buscar” o alheio no próprio chiqueiro. Daí o costume de se construir o aprisco contíguo à casa. Assim, o dono não precisava dormir com um olho fechado e outro aberto. Qualquer movimentação anormal o acordava.
Por conta dessa proximidade do chiqueiro com a casa, um dia, Pinto do Monteiro, o maior violeiro que já existiu no Nordeste, estava cantando com um companheiro na residência de um cidadão chamado Zé de Deja. A certa altura, o pai-de-chiqueiro começou a bodejar as cabras no chiqueiro ao lado, quase atrapalhando a cantoria. Foi aí que Pinto saiu-se com essa:
Que diabo tem esse bode
Que desde hoje bodeja?
O companheiro respondeu:
Certamente está gostando
De ouvir a nossa peleja.
Pinto, arguto e realista, completou:
Bode acha nada bonito,
Ele está fazendo é cabrito
Nas cabras de Zé de Deja!

É isso mesmo, Pinto, bode é para fazer cabrito nas cabras do fazendeiro. Do contrário, ele não paga suas contas.

Pedro Nunes Filho - Criador de cabras no cariri paraibano

ANGLO-NUBIANO:INVESTIMENTO SEGURO.

AS CERCAS PARA PASTEJO ROTACIONADOS

A exploração pecuária depende das pastagens, tanto para manutenção, quan­to para o crescimento e produção dos ruminantes, sendo extremamente importante quando o objetivo for pro­duzir economicamente, devido estes apreenderem seu próprio alimento em pas­tejo.
Na produção animal temos a pastagem nativa, que é formada principalmente por plantas adaptadas e distribuí­das naturalmente; já as cultivadas são aquelas em que o homem contribui diretamente para sua formação, podendo ser exclusivas (somente uma espécie) ou consorciadas (duas ou mais espécies, podendo ser gramíneas e leguminosas).
Atualmente os índices zootécnicos da pecuária nacional têm tido grandes avanços, em função do melhoramento ge­nético, ambiente e nutrição animal. Em 1973 tínhamos 122 milhões de hectares destinados à pecuária, dos quais 86% eram de pastos naturais e apenas 145 de cultivadas. Hoje o cenário se mo­di­ficou, pois dos 190.000 milhões de hec­tares, 55% são pastagens cultivadas, com aumento de aproximadamente 300%.
Isso demonstra que os pecuaristas têm investido nas qualidades das pastagens, principalmente com técnicas de conservação e melhoria da fertilidade do solo, aumentando a produtividade e qualidade dos produtos de origem animal, com isso gerando divisas na exportação. Portanto, no caso específico dos ovinos, existe uma forte demanda pela carne, pois o Brasil é um grande importador des­te produto.
O rebanho ovino vem aumentando consideravelmente, nas diferentes re­giões e estados nacionais, principalmente no estado de São Paulo, Paraná, Ma­to Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Com isso torna-se necessário o uso de pastagens cultivadas, que geralmente são mais exigentes em fertilidade, con­sequentemente mais produtivas e assim aumentando a lotação por área.
As gramíneas mais indicadas para ovinos são: Tifton-85, Coast cross, Estre­la branca e roxa, Aruana, Áries, Tan­zânia e Massai; podendo ou não estar consorciadas com leguminosas, bem como o Estilosantes, Calopogônio, Siratro ou Soja Perene, entre outros.
Alguns pesquisadores, no entanto, recomendam o uso das leguminosas e gramíneas exclusivas, pois apresentam ciclos fisiológicos diferentes, além de correr o risco dos animais terem maior acei­tabilidade por uma das espécies, nesse caso erradicando a mesma. Para contor­nar tal situação teríamos a opção de trabalhar com o banco de proteína, que seria uma área exclusiva de legumi­no­sas, sendo pastejadas pelos ovinos em algumas horas do dia.
Todas são exigentes em fertilidade e para expressar o máximo do seu potencial é preciso lançar mão do pastejo rotacionado (divisão dos pastos), obje­tivando explorar o máximo de seu crescimento vegetativo, devido ao período de descanso ideal (tempo sem a presença dos animais), que varia de 21 a 28 dias para as estoloníferas (Cynodon sp) e de 30 a 35 dias para as cespitosas (Pani­cum maximum), variando de acordo com a espécie implantada.
Esta prática de manejo contribui inclusive para a diminuição das larvas dos endoparasitos presentes no pasto (verminose), pois com o período de descanso faz com que o verme não ­encontre o hospedeiro (ovinos) e boa parte destes são eliminados pela ação dos raios solares e ventos.
Para realizar a divisão dos pastos, podemos lançar mão da cerca paraguaia (arame liso), a tela ou até mesmo a elétrica. Todas funcionam bem, desde que sejam bem confeccionadas, realizando constantemente a manutenção das mesmas. Entretanto, um ditado é verdadeiro, “para que os animais não varem cerca o ­importante é que se tenha um bom pasto”.



A cerca elétrica tem menor custo de implantação, porém exige uma manutenção constante para não haver perda de energia, ou seja, não devemos dei­xar que o capim encoste-se ao fio. As demais têm maior custo, mas proporcio­na menores gastos com manutenção.
Já é sabido que temos duas épocas distintas do ano, sendo as águas (primavera e verão), que produz cerca de 80% e a seca (outono e inverno), que re­presenta em torno de 20% da produtividade total. Portanto, na seca temos que ter uma reserva de capineiras (cana ou capim elefante), silagem ou feno, para suplementação dos animais, como fonte de alimentos volumosos, possibilitando manter uma carga fixa ao longo do ano (mesma lotação de animais na área).
Às vezes, no entanto, os volumosos fornecidos exclusivamente, dependendo da época do ano e estado fisiológico dos ovinos (ovelhas paridas, cordeiros em crescimento, etc.), os mesmos podem não atender a exigência dos animais, nestes casos devemos lançar mão de alimentos concentrados, que devem ser balanceados por um técnico especia­lizado em nutrição.
Outra opção para a época da seca é trabalhar com pastagem de inverno, objetivando o mínimo de suplementação. Geralmente no estado de São Paulo e re­gião Sul têm como opção o plantio de aveia preta e azevém, sendo semeada em março ou abril pela técnica de sobre semeadura.
Para boa produtividade dessas gra­míneas originadas de regiões temperadas, as mesmas necessitam de um mínimo de precipitação pluviométrica, em alguns casos, já existem criadores, principalmente de bovinos de leite já ­usando a técnica de pastejo rotacionado, aduba­do e irrigado, isso em áreas menores.
Tomando todos esses cuidados teremos uma boa produtividade de carne, lã e outros produtos dos ovinos, portanto devemos fazer um bom ­planejamento, para ingressar e permanecer na atividade ovinícola e mantendo boa produtividade e lucratividade.

Cledson Augusto Garcia - é Zootecnista, depto de Zootecnia - UNIMAR, Instrutor SENAR e SEBRAE e consultor em Ovinocultura.

TEXTOS EXTRAIDOS DA REVISTA O BERRO SOBRE A RAÇA ANGLO NUBIANA

Esta revista traz uma edição especial sobre a raça Anglo-Nubiana.

An= ANGLO NUBIANA

61 - Sendo a maior raça do país, os criadores AN não deveria enfocar seu marketing na “base” que é a produção de carne, leite e pele - ao invés de no mercado seletivo?

R - Obviamente esta seria a posição correta, se houvesse uma política do Governo Federal, deixando claro que a carne teria mercado garantido. Mas não há essa política. Então os criadores fazem o que podem e, para eles, é mais fácil ir evoluindo gradualmente, com animais cada vez melhores, disputando prêmios. Ao mesmo tempo, vão permitindo o melhoramento de milhares de produtores de carne. É um processo lento, até o Governo enxergar a atividade como importante para geração de renda e de empregos.


62 - A participação em cruzamentos para produção de carne em escala industrial é um objetivo da raça? Ou ainda é muito cedo para pensar nisso?

R - Não é objetivo da raça, pois não há Associação pensando em termos de mercado, ainda. A atual Associação é muito nova e está tentando reunir se­lecio­nadores, em primeira instância. Mais tarde irá pensar no mercado de produção. Num primeiro momento, ao redor da mesa da Associação, somente estarão selecio­nadores e não produtores de carne. Então, as orientações serão para o mercado seletivo. Nada impede, todavia, que algumas orientações cheguem ao mercado produtor. No futuro haverá Associação apenas para produção


63 - Um dia, se o mer­cado de ex­positores for atro­pelado, também o mercado-base (carne, leite e pele) não sofrerá um duro baque?

R - Não. Os grandes produtores de carne: Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, vivem realidades diferentes. Nestes países, há milhares de produtores integrados com o Governo. Há Câmaras de Produtores de Carne, há Câmaras de Exportadores de Carne e outras entidades somente para os que vivem da atividade. O setor expositivo existe e é importante, mas é francamente minoritário, pois gera menos empregos e renda.





64 - Quais são os melhores cruzamentos com AN, no momento?

R - Os principais são com o Boer (for­man­do a raça Caraíba) e com a Mam­brina (formando a raça Jacuípe). Cabras sertanejas são cruzadas com AN for­man­do as raças Colônia e Tropicana, mas sem qualquer especificidade - sendo apontadas como SRD (Sem Raça Definida), embora tenham alto valor genético para o mercado brasileiro. As SRDs são matérias-primas para muitas diversificações genéticas do futuro.


65 - Pode-se afirmar que o AN é bom em termos de habilidade materna?

R - Como em todas as raças, há li­nhagens que se destacam em alguma direção. No AN há linhagens especiais pa­ra musculosi­­da­de, altura, comprimento, aprumos, aptidão leiteira, habilidade materna, etc. Cabe ao se­lecio­nador unir o que precisa para formar um AN integral, se possível. A rigor, qualquer AN tem um pouco de cada habilidade, podendo ter muito de algumas.


66 - O AN pode ser a raça-mãe nos cruzamentos com outras raças ca­pri­nas, principalmente a Boer?

R - Dependendo da região e da situação, sim, mas também pode ser o in­­verso. Como se trata de duas raças ex­­ponenciais, bem selecionadas, o mais provável é que a união de ambas venha a consolidar a raça Caraíba. Essa, sim, poderá ser a disseminadora de virtudes para a maioria dos rebanhos de carne. O AN pode gerar dezenas de ecótipos bem sucedidos, pois tem as virtudes para isso.


67 - O leite é essencial na linha materna, nos cruzamentos. O AN dará con­ta do recado, no caso de vir a ser utilizado em larga escala?

R - O leite, em cruzamentos de carne, precisa ser suficiente para garantir um bom desmame. Só isso. O AN é es­timado, em todo Brasil, justamente por garantir lucro, o que significa boa taxa de desmame. Então, ele pode dar conta do recado, quando vier a ser utilizado em larga escala.


68 - Para ser a raça-mãe nos cruzamentos de corte, o Nubiano deveria partir, imediatamente, para a seleção de leite? Ou é possível fazer produção de carne, de forma racional, sem leite?

R - Não pode haver cruzamentos para carne sem uma boa taxa de desmame. O desmame lucrativo exige o leite materno. Então, o AN leiteiro tem um pa­pel a cumprir no cenário. Talvez o principal deles seja formar linhagens de dupla aptidão, com evidente e comprovada produção leiteira.


69 - Haverá uma diversificação na pecuária do AN de corte e o de leite do Brasil, como já acontece em várias raças de gado?

R - Sim, essa diversificação é benéfica. É preciso diferenciar, aqui, o papel do selecionador e do produtor. Não existe uma raça boa de carne e de leite, ao mesmo tempo; existem linhagens que são selecionadas mais para carne ou mais para leite. O mercado de produtores quer o animal que tenha 50% de aptidão para carne e 50% para leite. Isso quer dizer que o selecionador terá que optar, ora para carne (100%) ou para leite (100%).

No campo, os fazendeiros querem o AN grande, alto, musculoso, cu­jas fêmeas produzam leite para as crias. Eles não querem animais que exijam ordenha, pois isso dificulta o manejo na produção de carne. É assim na pecuária de gado e não será diferente na capri­no­cultura de corte. O AN tem linhagens pa­ra leite e linhagens para carne. Quem junta as duas não é o selecionador, é o criador.


70 - Que raças poderiam ser importadas para cruzamento com o AN do Brasil, gerando ecótipos para várias regiões?

R - Existem muitas raças no mundo que poderiam ser cruzadas com o AN. É preciso analisar cada região e ca­da situação, para escolher as raças acertadamente. Isso é tarefa relativamente fácil para quem estuda as raças no mundo. Há literatura suficiente para isso.








quinta-feira, 8 de abril de 2010

CERCO MAIS FLEXIVEL Á AFTOSA

A organização Mundial de Saúde Animal(OIE) deve atender um pleito antigo do Brasil. chamado de "zona de contenção", que permite,em caso de foco da doença, que apenas a região atingida perca o status sanitário.Normalmente, todo o estado é penalizado quando há ocorrência sanitária e leva até dois anos para recuperar o status de antes.A nova norma permitirá que apenas a região ao redor do foco perca a condição sanitária.
São Paulo e Santa Catarina não teriam sido prejudicados devido ao surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, em 2005, se a nova legislação estivesse em vigor.